sexta-feira, 31 de maio de 2013

Vermifugação (Cães e Gatos)

Ao lado da vacinação, a vermifugação é uma das maiores demonstrações de carinho e principais obrigações dos proprietários para com os seus animais de estimação. Existe uma grande variedade de espécies de "vermes" que podem parasitar os animais domésticos e muitas delas podem atacar também a nós, seres humanos. As formas de transmissão podem variar desde picadas de pulgas ou de algumas espécies de mosquitos até a forma mais comum que é a via fecal-oral, em outras palavras, a ingestão de material contaminado por fezes de animal portador de algum parasita. Os locais onde eles se alojam e causam danos também variam. No caso do verme de nome Dirofilaria immitis, transmitido pela picada de determinados mosquitos, os locais onde ele se instala são uma câmara do coração chamada ventrículo direito e a artéria pulmonar que leva o sangue do coração para os pulmões. Enquanto que vermes dos Gêneros Giardia e Ancylostoma classicamente afetam a mucosa intestinal, causando diferentes tipos de sintomas que estão associados a biologia deles. A vermifugação se mostra um método eficaz tanto na prevenção quanto no tratamento da grande maioria das doenças causadas por vermes. Os melhores vermífugos (medicações usadas no combate aos parasitas) são os que tem como princípio ativo substâncias como a milbemicina, o praziquantel, o pirantel, o febendazol, dentre outros. Pelo fato de existir no mercado uma grande variedade de medicações que tem essas e outras drogas em sua composição e, principalmente, porque a dose adequada para cada animal deve ser cuidadosamente respeitada, o Médico Veterinário é uma figura indispensável no processo. O cálculo da dose exata da medicação é de extrema importância pois quando abaixo das necessárias não irão proteger, muito menos tratar o animal. Enquanto estando acima das recomendadas podem causar intoxicações. Atualmente a vermifugação é um procedimento de custo relativamente baixo e que se tornou muito simples pois existe no mercado uma grande quantidade de fabricantes produzindo drogas de qualidade e palatáveis, ou seja, com odor e sabor agradáveis para facilitar o interesse dos bichinhos e garantir que o produto seja adequadamente ingerido. A prevenção é a maior garantia de saúde para o seu amigo. Leve-o regularmente ao Médico Veterinário e exija que a vermifugação seja, sempre que possível, atualizada. Dessa forma você garantirá a saúde dele e evitará gastos excessivos com tratamentos pós infecções.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Apoio Veterinário

Principais raças de cães no Brasil

Pit Bulls, mocinhos ou vilões?? Fiz questão de começar essa série de informações sobre as raças mais comuns no Brasil por essa raça tão envolvida em polêmicas. Inegavelmente, os Pit Bulls são animais dotados de grandes potencial ofensivo e força física. Sendo assim a pergunta que não se cala é a seguinte: "esses atributos fazem dessa raça uma linhagem de assassinos?". A resposta para essa pergunta é NÃO! Posso assegurar que esta é uma raça naturalmente muito dócil e amigável, mas o temperamento de cada individuo será determinado pela forma como os proprietários irão direcionar a criação do animal. Devido às suas características de potencial ofensivo e força física, há pessoas que "treinam" Pit Bulls desde muito jovens para transformá-los em verdadeiras "máquinas mortíferas". Esses "treinamentos" envolvem muitas crueldades como deixar o animal por longos períodos acorrentados no escuro, incentivá-los a ficarem dependurados por muito tempo em pneus através da mordida, dentre outras barbaridades. A intenção quando se praticam esses absurdos é tornar o animal neurótico e agressivo, características muito desejadas no mundo dos "PIT BOYS" que, criminosamente, utilizam esses cães nas lutas em rinhas que normalmente acabam com pelo menos um animal morto ou gravemente ferido. Eu gosto de comparar os Pit Bulls com os carros, por exemplo. Vejamos... Um carro, naturalmente, existe para facilitar a vida das pessoas proporcionando maiores rapidez e conforto diminuindo o tempo gasto em um determinado trajeto. Porém se for utilizado por uma pessoa mal intencionada ou mal preparada esse invento maravilhoso torna-se uma arma com grande poder de destruição podendo causar tragédias. É o que acontece quando pessoas assumem a direção de um carro após ingerir bebidas alcoólicas ou promovem "rachas". Com os Pit Bulls o raciocínio é o mesmo. Se o cão for criado por uma família disposta a dar todo carinho e respeito que todo animal merece bem como dar-lhes as condições requeridas pela própria raça (como disponibilização de muito espaço, interação com humanos, exercícios físicos ADEQUADOS e regulares), a tendência é que ele se torne um amável integrante da família, convivendo muito bem com todos ao redor, sem maiores riscos de agressividade gratuita. Caso o cão tenha a infelicidade de cair nas mãos de irresponsáveis que visem apenas transformá-lo em um ser agressivo e destrutivo, as coisas podem ficar muito ruins afinal, despertar uma má índole em um animal com tanto potencial é, com certeza, desenvolver uma fera quase indomável. Algo importante a ser observado pelos proprietários de Pit Bulls é que por mais dóceis que eles sejam, nem sempre eles são tolerantes com a presença de outro animal. Por esse motivo aconselho os proprietários, a SEMPRE que saírem de casa com o seus cães, a utilizarem coleira, guia e focinheira além de se certificarem de que dispõem de força física suficiente para controlar o animal. Outra dica importante é manter distância segura e vigilância adequada quando crianças houver crianças, pois mesmo sendo dóceis os Pit Bulls, assim como qualquer outro animal, podem sentir-se ameaçados diante de uma possível brincadeira e revidar, o que pode ocasionar em acidentes. Em suma, os Pit Bulls não fogem às regras das demais raças de cães quanto a periculosidade. Podem ser tão dóceis ou tão agressivos como qualquer outro cão. O que irá determinar o temperamento é a conduta do adotada pelo criador, embora deve-se atentar ao fato de que eles são animais com grande força física e que se atacarem pra valer podem ocasionar grandes estragos. Eu recomendo, sim, a criação de cães da raça Pit Bull, desde que alguns alguns requisitos sejam cumpridos pelo interessado, dentre eles: 1- Disponibilidade de tempo para interagir com o animal e garantir a sua socialização. 2- Disponibilidade de uma grande área para destinar ao animal. Essa área deve ser também reconhecidamente segura contra acidentes envolvendo estranhos à convivência do animal. 3- Possibilidade financeira para arcar com as despesas (alimentação, vacinação e se possível, adestramento). 4- Não desejar o animal apenas para tê-lo como um objeto de ostentação/intimidação. 5- Saber respeitar o animal como um organismo vivo, dotado não só de instintos como também de sentimentos. Assim como em qualquer outro aspecto da vida o preconceito em torno dos Pit Bulls deve ser eliminado e a única forma disso acontecer é através da conscientização da população, tornando públicas todas as características e possibilidades dessa raça magnífica.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O que devemos saber antes de adquirir um animal de estimação

Quem nunca pensou em ter um bichinho de estimação, ou mesmo não se sentiu tentado ao passar em frente a um Pet Shop e se deparou com aquele lindo filhotinho? O olhar penetrante dos gatinhos ou o abanar de cauda de um cão podem ser muito persuasivos e fazerem com que compremos um filhote ou pelo menos com que fiquemos com uma grande vontade. Se houver crianças envolvidas, as coisas ficam ainda mais complexas e as chances de uma decisão precipitada ser tomada se tornam muito grandes. A primeira coisa a ser pensada quando nos deixarmos levar pela tentação de adquirir um filhote é que toda a família deverá se organizar em torno dos cuidados com o animal. A alimentação, a educação, a limpeza dos dejetos e principalmente o que fazer com o mascote quando houver uma viagem de família são desafios que sem dúvidas deverão ser previstos e superados. Acredite, no período das férias, por acharem melhor não levar o bichinho na viagem, muitas famílias simplesmente abandonam os animais!!! Os custos tambem merecem muita atenção. Vale informar aos desavisados que os custos não se resumem ao valor da compra ou mesmo à alimentação. Se você está mesmo disposto a se tornar responsável pela vida de um animal que dependerá de seus cuidados para sempre, lembre-se de que o bichinho terá de ser vermifugado, vacinado, usar medicação anti pulgas e carrapatos etc. Mesmo com todos esses cuidados, eventualmente o animal pode adoecer e necessitar de intervenção de um Médico Veterinário. Não se esqueça que tudo isso implica em custos. Tá disposto a encarar? A senilidade, ou seja, o envelhecimento natural acontece com todos os seres vivos, o que significa que o filhotinho brincalhão, "elétrico" e super ativo um dia se tornará um velhinho que, certamente, não será tão fofinho e divertido como quando era um jovem. Esse é um dos fatores que mais causam abandonos de animais... pois é, muita gente confunde a invejável lealdade dos animais com a falsa ideia de terem o direito de abandoná-los quando lhe convierem. Antes de adquirir um animal de estimação é fundamental entender que essa escolha implicará em responsabilidades para toda a família por um tempo relativamente longo, visto que a expectativa de vida desses bichos pode variar de 10 aos 18 anos. Posso afirmar que assumir toda a responsabilidade envolvida na criação de um animal de estimação vale a pena. Todo o trabalho, despesas e adaptações são recompensados pelas maravilhas trazidas pela presença de um amigo fiel que, garanto, você terá incondicionalmente.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Como devo vacinar o meu animal


A vacinação é, sem dúvidas, uma das principais obrigações dos proprietários de cães ou de gatos e o não cumprimento do protocolo vacinal é uma negligência que pode custar muito caro. No caso dos cães, há vacinas que previnem a ocorrência de doenças gravíssimas como a parvovirose, a cinomose, a leishmaniose, a raiva e a leptospitose. Destaque para as três últimas que são antropozoonoses (doenças comuns ao homem e aos animais). Para os gatos a vacinação protege contra algumas doenças como a panleucopenia felina e a raiva.
    Especificamente sobre as doenças falarei nos próximos artigos.
    Não há bichos de sete cabeças para manter a  vacinação do seu mascote em dia. Basta um pouco de dedicação e de disponibilidade financeira visto que, inegavelmente, a vacinação gera alguns custos.
    Os protocolos vacinais indicados pelos Médicos Veterinários podem variar, porém a sua essência não muda, sendo as vacinas indicadas de acordo com a faixa etária do animal.        
    Os esquemas vacinais que costumo recomendar para os meus pacientes são os seguintes:
  • Cães - 
45 dias - 1ª V 10 (vacina que protege contra 10 patógenos)
66 dias - 2ª V 10 + 1ª Giárdia
87 dias - 3 ª V 10 + 2ª Giárdia
108 dias - Traqueobronquite + Antirrábica
180 dias APÓS A ÚLTIMA V 10 - Leptospirose

Obs: Após as vacinas do 108º dia de vida elas se tornam anuais.
    A vacina contra a Leishmaniose ainda é pouco difundida e tem um custo relativamente alto. Ela só é indicada para animais que têm possibilidades de contato com  áreas onde há a presença do mosquito transmissor da doença.
    A proteção contra a leptospirose está inclusa na V 10, porém a sua validade é de apenas 180 dias. Por esse motivo há a necessidade de refazer a imunização após 180 dias da úiltima V 10.
  • Gatos - 
45 dias - 1ª Quádrupla (protege contra 4 patógenos)
66 dias - 2ª Quádrupla
87 dias - 3ª Quádrupla
108 dias - Antirrábica

A vacinação é a melhor forma de reduzir as chances dos animais contrairem doenças, em alguns casos incuráveis, não tem qualquer contra indicação e os custos são bastante acessíveis. Portanto, se pretende adquirir um animalzinho de estimação ou já tem um, não esqueça das suas obrigações e mantenha seu melhor amigo sempre protegido.

domingo, 12 de maio de 2013

Castrar ou não o meu animal??

  A castração dos animais é extremamente benéfica em vários aspectos. Depois dela você poderá ficar despreocupado quanto a possibilidade do seu bichinho dar "aquela escapadinha" e acabar gerando  um monte de filhotes com os quais você acabaria sem saber o que fazer. Vale lembrar que a ausência de controle populacional é uma das principais causas do crescimento do número de cães errantes (de rua) em várias partes do mundo.
  Para os desavisados, preciso dizer que os animais também podem manifestar algumas doenças sexualmente transmissíveis (não são as mesmas DSTs dos humanos). Na castração dos animais são retiradas as suas respectivas glândulas sexuais  (testículos nos machos e ovários nas fêmeas), por esse motivo eles perdem a libido e não terão mais interesse em relações sexuais. Dessa forma evita-se a transmissão do TVT, (Tumor Venéreo Transmissível), por exemplo. 
  Nesse post quero frisar a importância da castração especificamente para as fêmeas. 
  A castração, quando ocorre antes do primeiro cio, reduz em 99,5% as chances de ocorrência de tumores mamários, dos quais grande parte pode ser maligno, ou seja, câncer. Quanto mais tarde a castração vier a ocorrer, menores são as chances de evitar essa grande ameaça à vida da sua amiga.
  Outra ameaça à vida das fêmeas (cadelas e gatas) não castradas é a ocorrência de piometra, uma infecção uterina grave que ocorre devido à ação de um hormônio reprodutivo chamado progesterona. Fêmeas não castradas, principalmente as de média idade e as idosas tem maiores chances de desenvolverem a doença. E   quando instalada trata-se de um quadro de URGÊNCIA, ou seja, se não sofrerem intervenção cirúrgica imediatamente, a tendência é a de que o animal morra pouco tempo depois da doença instalada.
  Eu costumo recomendar a todos os meus clientes proprietários de fêmeas, desde que não tenham a intenção de ter crias, a castrá-las o quanto antes, pois assim eliminarão muitos riscos à vida à vida do animal.
Mesmo assim ainda sugiro a deixarem a reprodução por conta de profissionais que tem estrutura e preparo para lidar com os desafios dos cuidados com uma ninhada de recém nascidos. A gestação pode exigir vários cuidados que nem sempre os amadores estão prontos a enfrentar.   


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Adoção de animais

A adoção de animais domésticos é, sem dúvidas, uma das mais nobres atitudes que se pode ter quando a intenção é ter um bichinho em casa. Se o "felizardo" ainda não for um filhote ou for portador de alguma doença a ação se torna ainda mais digna de aplausos, embora seja algo praticamente impossível de acontecer, segundo a grande maioria dos protetores. Não quero parecer estar condenando aqueles que preferem comprar um animalzinho com uma raça definida, em pet shops, canis ou qualquer outro estabelecimento do gênero. Apenas quero mostrar que a adoção é uma possibilidade que pode (e deveria) ser considera antes de comprar um cão ou gato. Eu acredito que o processo de escolha do bichinho certo é bidirecional, não apenas os humanos escolhem o animal, eles tambem nos elegem como a família ideal. Já pensou se esse "amor a primeira vista" acontece com você? Quando há dúvidas sobre adotar ou comprar um filhote é bem verdade que, em alguns casos, a aquisição de um animal (normalmente cão) do qual já se conhece o potencial de crescimento é mais conveniente visto que a sociedade moderna impõe limitações de espaço físico que são bastante restritivas na escolha do mascote. Para quem mora em um apartamento de 46 m² como eu, por exemplo, não seria prudente adotar um filhote que poderia crescer muito e ultrapassar a faixa dos 15 Kg. Se isso acontecesse, eu estaria comprometendo a qualidade de vida desse animal. Numa situação como essa o mais indicado seria a compra de um filhote de uma raça de pequeno porte (Shih-Tzu, Poodle, York Shire, Pinsher etc.) ou a adoção de um adulto de medidas pequenas. Contrariando o pensamento de muita gente, é possível educar um animal adulto e adequá-lo à rotina da família, embora seja um tanto mais difícil. Um fator importante a ser avaliado é o temperamento desse animal, principalmente no caso das famílias que tem crianças. Em alguns casos os animais que aguardam adoção tem histórico de maus tratos que geram diversos traumas que podem implicar em comportamento agressivo que podem trazer problemas futuros. A minha experiência no atendimento clínico e anestésico me permite afirmar que a grande maioria das pessoas que adotaram cães e gatos, muitas vezes encontrados em situações lamentáveis, não se arrependeram. Na verdade estão muito satisfeitos com a relação construída pois são evidentes as demonstrações de carinho e gratidão que esses bichinhos tem pelos seus bem feitores. Sugiro que quem estiver disposto a ter a dádiva da presença de um animal na sua família se proponha a se despir de possíveis preconceitos e comece visitando alguns abrigos, garanto que não haverá arrependimentos. Se tiver dúvidas, críticas ou sugestões estarei a disposição para discutirmos.